Curiosidades do Carnaval de Salvador

ORIGEM DO NOME CARNAVAL: São varias as versões sobre a origem da palavra Carnaval. No dialeto milanês, Carnevale quer dizer “o tempo em que se tira o uso da carne”, já que o Carnaval é propriamente a noite anterior à Quarta-Feira de Cinzas. No Brasil, o evento é a maior manifestação de cultura popular, ao lado do futebol. É um misto de folguedo, festa e espetáculo teatral, que envolve arte e folclore. Na sua origem, surge basicamente como uma festa de rua. Porém, na maioria das grandes capitais, acaba concentrado em recintos fechados, como sambódromos e clubes.

TRIO ELÉTRICO: É o nome pelo qual é chamado o caminhão adaptado com aparelhos de sonorização, que chega a pesar 35 toneladas, em média, com a estrutura para shows musicais ao vivo, de aproximadamente cinco a sete horas em cada circuito do carnaval. A potência do motor da carreta que puxa o trio varia de 300 a 440 cavalos de força. O nível máximo de emissão sonora admitido para cada trio e carro de som é de 110 decibéis, medidos a 5 metros de distância da lateral e à altura de 1,5 metro do solo.

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FOBICA: Foi criado em Salvador, no ano de 1950 pelos amigos Adolfo Antônio do Nascimento (Dodô) e Osmar Alvares Macedo (Osmar). Depois de criarem a guitarra baiana (o chamado pau elétrico), Dodô e Osmar começaram a trabalhar no projeto de construção do que viria a ser o “trio elétrico”. Osmar, proprietário de uma oficina mecânica, retirou do galpão um Ford 1929, conhecido como “Fobica”, e iniciou o processo de decoração pintando em todo o veículo vários círculos coloridos como se fossem confetes e confeccionou em compensado, no formato de violão, duas placas com os dizeres “Dupla Elétrica”. Dodô, com formação em Radiotecnia, decidiu montar uma “fonte” que, ligada à corrente de uma bateria de automóvel, iria alimentar a carga para o funcionamento dos alto-falantes instalados na fobica (onde eles se apresentariam com os seus “Paus Elétricos”). Em pleno domingo de Carnaval, a dupla subiu a ladeira da montanha em direção à Praça Castro Alves e Rua Chile, por volta das 16 horas, e arrastou milhares de pessoas. Dodô e Osmar, em cima da fobica decorada e eletronicamente equipada, fizeram, assim, sua primeira aparição como os inventores do trio elétrico.

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CARRO DE APOIO: É o segundo caminhão que faz parte do bloco, em sua maioria reproduzem o som do trio. Ele também é adaptado, porém com estrutura a dar conforto aos foliões, como banheiros, bares e posto médico. Hoje em dia, muitos blocos colocam à venda abadás especiais (abadás VIPs), que dão direito a ficar na parte superior do carro de apoio.

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CORDAS: Cada bloco é limitado por cordas, que são suspensas por cordeiros, isolando o folião da área externa do bloco, dando-lhe total segurança e conforto.

CORDEIRO/CORDEIRA: São homens e mulheres, devidamente selecionados e contratados, para segurarem as cordas que cercam os integrantes do trio. Os cordeiros devem manter as cordas suspensas, garantindo a segurança do folião e permitindo uma tranqüila fluência do bloco nos circuitos. Todos são uniformizados, recebem equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas e proteção auricular, e são divididos por lados (lateral direita, lateral esquerda, frente e fundo) para que todo o trio, carro de apoio e foliões estejam protegidos pelas cordas.

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ABADÁ: Criado na década de 90 pelo artista plástico Pedrinho da Rocha, o abadá veio substituir as antigas e pesadas mortalhas (vestimentas). São camisas customizadas para cada bloco, que dão direito ao folião brincar dentro das cordas.

PIPOCA: Pipoca é o chamado conjunto de foliões que não possuem abadás, mas, como o carnaval de Salvador é bastante democrático, tem espaço para todos. Portanto, os foliões pipoca curtem do lado de fora do trio e muitas vezes acompanham o artista de sua preferência ao longo do circuito. A pipoca do Chiclete é conhecida como a maior de todos os circuitos de Salvador.

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CAMAROTES: São estruturas em torno dos circuitos, para quem prefere um maior conforto para curtir o carnaval. Os camarotes proporcionam ao folião visão privilegiada, com um interior equipado com boates, lounges, baianas de acarajé, inúmeros restaurantes, customização de abadás, salão de beleza e até SPA.

CAMAROTE ALTERNATIVO: São apartamentos localizados ao longo dos circuitos da folia momesca, que durante o carnaval são alugados para foliões que queiram ver de perto os artistas sem sair de casa. Funcionam como um verdadeiro camarote alternativo e, muitas vezes, são enfeitados com mensagens aos músicos que passam pelo circuito.

TRIO INDEPENDENTE: São trios elétricos que desfilam sem corda pelos circuitos para a alegria dos foliões pipoca. Os trios independentes sempre trazem artistas de renome e contam com o apoio da Prefeitura, Saltur, governo do Estado e empresas parceiras.

SÓCIO-FOLIÃO: É o folião que se associa a um bloco. Ele paga as mensalidades e tem o direito de sair e usufruir de todo conforto e segurança de um bloco.

COMISSÁRIO: São pessoas habilitadas para vender os abadás dos blocos.

ENTREGA DE ABADÁS: A entrega de abadás de blocos e camarotes é feita geralmente em sete a 15 dias de antecedência do carnaval. Uma superestrutura é montada em vários cantos de Salvador para o folião receber o seu kit contendo seus abadás, brindes e sacolas.

BLOCOS AFROS: São blocos que exaltam e valorizam a cultura negra, levando para os circuitos muito batuque, charme, dança e poesia. O diferencial é que eles não usam abadás e, por serem fieis às origens, usam as tradicionais fantasias.

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MOMO: Filho do Sono e da Noite, ocupava-se unicamente em examinar as ações dos deuses e dos homens, e chegava mesmo a repreendê-los. Considerado como deus da Graciosidade, tinha caráter muito jocoso. Era representado com uma máscara numa mão e na outra uma figura ridícula para dar a entender que tira a máscara aos vícios dos homens e ri da sua loucura. Foi eleito juiz das obras de Neptuno, de Vulcano e de Minerva: nenhuma achou perfeita. Vituperou Neptuno porque, compondo um touro, não lhe pôs chavelhos. Criticou o homem forjado por Vulcano, por não lhe ter feito uma janela no coração para lhe ver os seus secretos pensamentos. Censurou a casa que Minerva edificou, porque a não podia mudar de um lugar para outro. * Segundo a Mitologia Greco-Romana.

Ator que representava nas farsas populares do antigo teatro. Originário dos bobos encarregados de divertir os amos e senhores Portugueses que habitavam os paços reais e as residências nobres com mímicas e farsas populares. * Segundo a História da Arte.

ARLEQUIM: Personagem da antiga comédia italiana ( commedia dell’arte ) de traje multicolor, feito em geral de losangos, que tinha a função de divertir o público, nos intervalos, com chistes e bufonadas, foi posteriormente incorporado como um dos personagens nas peripécias das comédias, transformando-se numa de suas mais importantes personagens. Amante da Colombina. Farsante, truão, fanfarrão, brigão, amante, cínico.

COLOMBINA: Principal personagem feminina da commedia dell’arte, amante do Arlequim e companheira do Pierrô. Namoradeira, alegre, fútil, bela, esperta, sedutora e volúvel. Vestia-se de seda ou cetim branco, saia curta e usava um bonezinho.

PIERRÔ: Personagem também originário da commédia dell’arte, ingênuo e sentimental. Usava como indumentária calça e casaco muito amplos, ornada com pompons e de grande gola franzida.

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